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Clientes de banco em Icaraí sofrem golpe milionário

Polícia investigação atuação de funcionária da agência. Foto: Reprodução Google StreetView

Policiais da Delegacia de Icaraí (77ªDP) investigam um golpe contra clientes que seria praticado por uma gerente do banco Itaú, em Icaraí, na Zona Sul de Niterói. De acordo com a investigação, estima-se que a vantagem indevida obtida com fraudes possa chegar a R$ 2 milhões.

Uma das vítimas, que é moradora do bairro, de 56 anos, já possuía relação bancária com a gerente há mais de 20 anos. No ano passado, após o falecimento da mãe, ele herdou cerca de R$ 89 mil. Só que em junho, quando foi conferir um extrato da conta, percebeu que o dinheiro não estava mais lá.

De acordo com as investigações a primeira movimentação consistiu em uma transferência no valor de R$48 mil para uma conta ignorada. Depois foram feitos pagamentos de boletos bancários referentes a dividas não pertencentes ao declarante e, por fim, foram realizados diversos saques sendo que um deles atingiu a quantia de R$31.718.

O correntista é tio da advogada Mariana Cabral, de 27 anos, que após tomar ciência do ocorrido aconselhou o parente a registrar ocorrência.

De acordo com a advogada, que também é moradora de Icaraí, a família possuía uma boa relação com a gerente responsável pela conta. Pouco antes de descobrirem a falta do dinheiro, ela havia sido demitida do banco.

"Ela já era gerente na época da minha avó, que faleceu há dois anos. Ela sempre foi muito atenciosa. Não é atoa que todo natal a mesa dela era repleta de presentes. A gente desconfia que ela tinha um perfil de clientes para agir. Geralmente, idosos sem acesso à internet, que sempre conferiam extrato diretamente com ela", contou a advogada.

Ainda de acordo com a investigação, outros correntistas também teriam sido vítimas da gerente. Em algumas contas, segundo os registros, foram contratados empréstimos cujos valores eram imediatamente sacados e creditados em contas de outras vítimas, o que visava dificultar a origem e o destino do dinheiro.

Como aconteceu com a funcionária pública Carla Peixoto, de 50 anos. Ela possuía uma aplicação no valor de R$160 mil na conta do filho, de 26 anos. Em julho, ela precisaria retirar o dinheiro para terminar a obra do apartamento onde mora, mas foi surpreendida com a notícia de que, além de não ter mais a quantia, o nome do jovem estava negativado.

"Eu mandei uma mensagem para ela pedindo para retirar o dinheiro da aplicação, mas ela não me respondeu. Meu filho, então, foi até a agência para fazer o saque pessoalmente. Quando chegou lá descobriu que não tinha mais nada e que ainda por cima ainda estava negativado. Foram feitos crediários e empréstimos altíssimos no nome dele", narrou.

Assim como o tio de Mariana, Carla tinha uma relação próxima com a gerente. Ela chegou a trabalhar por um período com a funcionária do banco e ainda não acredita no que está acontecendo.

"Além de ficar indignada, eu fico triste por ter sido tão enganada. A gente jamais vai imaginar que uma pessoa que trabalha numa instituição financeira séria vai fazer isso. É desesperador", descreveu Carla.

Segundo a distrital, apesar do Banco Itaú, ainda não ter respondido aos ofícios originários da delegacia, estima-se que a vantagem indevida obtida com as fraudes possa chegar a dois milhoes de reais.

As investigações continuam em andamento e a delegacia pede que eventuais lesados procurem o núcleo de fraudes da 77ªDP.

"A gente fica muito revoltado. São pessoas que não sabem mexer com internet e ficam a mercê de golpes como esse. O que mais nos choca era a forma como éramos tratado no banco, sempre fomos muito bem atendidos. Agora meu tio não sai de casa, não quer falar com ninguém. É um absurdo", desabafou Mariana.

Em nota, o Itaú Unibanco informou que segue criteriosas práticas para detectar conduta de colaborador que não esteja alinhada aos valores da companhia. De acordo com o banco, sempre que identificada qualquer irregularidade, todos os prejuízos são apurados e imediatamente ressarcidos.

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